quarta-feira, 30 de maio de 2012

Semelhanças entre Aracaju e Sorocaba com base no Artigo do Prof Arnaldo Pinto Júnior e nas aulas do Prof Antônio Lindvaldo Sousa




Em artigo do Professor Arnaldo Pinto Júnior intitulado As potencialidades da história local para a produção de conhecimento em sala de aula: o enfoque do município de Sorocaba, Júnior põem em pauta a importância que a elaboração de trabalhos históricos locais representam para o ensino de história, problematizando assim, a visão tradicional dessa disciplina, na qual, o estudo histórico mantém pouca ou nenhuma vinculação com o universo dos alunos. Pensando em termos benjaminianos, Junior defende a idéia de que, “(...) a valorização das experiências pessoais em relação a uma especificidade social é fundamental para a tessitura de uma analise histórica ampla, que ouvira vozes esquecidas, apagadas, dissonantes das versões generalizadoras (JÚNIOR, 2001, P. 38). Dessa forma, Junior valoriza um trabalho onde o conjunto de informações de origem institucional, jornalística, publicitária, e política sejam confrontados com as memórias locais, oportunizando isso, o resignificar da história de uma determinada cidade. Tomando como base o caso da cidade de Sorocaba, Júnior problematiza o discurso e as praticas de modernização que vieram a se instaurar nessa cidade desde 1903. Tal como em Aracaju, as elites de Sorocaba condicionaram um tipo de modernização, na qual, o preconceito e a discriminação contra os segmentos marginalizados persistiram (tais como os negros e os trabalhadores das tecelagens da cidade), inviabilizando-se assim, a consolidação de relações sócio políticas democráticas. Em Sergipe, com a decadência da atividade açucareira, as elites buscaram, em Aracaju, adotar as mesmas (ou similares) praticas de modernização que viam sendo aplicadas em diversas partes do país, em sintonia com os ideais da chamada Belle Époque. Em primeiro de Maio de 1911 é fundada a Escola federal de Aprendizes e Artífices em Aracaju, com a qual, as elites desejavam formar trabalhadores eficientes, produtivos e disciplinados para as fabricas. Com base em discurso proferido pelo medico Augusto Leite, na inauguração dessa escola, podemos perceber a tamanha exaltação que este faz ao trabalho fabril, alem de fazer uma apologia a um futuro promissor. Todavia, em nenhum momento a figura do trabalhador é consagrada em seu discurso, deixando transparecer nisso, a desvalorização dessa modernização para com os trabalhadores (desvalorização esta, que há de ser ratificada pelos péssimos salários e condições de trabalho desses trabalhadores). A urbanização da capital também se constitui em um aspecto dessa modernização, no qual, a discriminação para com a gente pobre se fizera presente com a desapropriação de suas casas e a conseqüente transferência dessas pessoas para zonas distantes da área central da capital (que, naquela época, era uma área de prestigio).
            Evidenciado a importância do trabalho com a história local, o texto de Junior aqui discorrido não deve ser apreciado apenas como um artigo sobre a cidade de Sorocaba, mas também, como um artigo que oferece subsídios para todos aqueles que queiram trabalhar com esse processo de ensino e aprendizagem, no qual, a historia local seja contemplada.


JÚNIOR, Arnaldo Pinto. As potencialidades da história local para a produção de conhecimento em sala de aula: o enfoque do município de Sorocaba. Revista Área de conhecimento história, Ibep, Ano I, N-3, julho de 2001, p.37-40. J

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