domingo, 6 de maio de 2012

Relatorio Do Seminario Dos Índios Em Sergipe e Índios Xokó (HOJE)

 Apolônio Xokó na Camara Municipal De Aracaju em 2011

       O seminário, índios em Sergipe e índios Xokó (hoje), constitui-se em uma experiência profundamente profícua, na qual, vários especialistas sobre a questão indígena, em Sergipe e no Brasil, puderam compartilhar os seus conhecimentos sobre tal assunto, em suas mais diversas dimensões, oportunizando-se assim aos ouvintes do seminário, uma ampla apreciação e compreensão da história que perpassa esse segmento tão importante, não só para a formação da sociedade sergipana, mas para a de todo o pais. O referido seminário se inaugurou no dia 19/04/2012 com a apresentação da historiadora Beatriz Gois Dantas, a qual, tratou sobre a diversidade dos povos indígena, em oposição a idéia generalizante do Europeu (Idéia essa onde só existiam tapuias e tupinambás); sobre a possibilidade de se conhecer algo a respeito do cotidiano dos tupinambás com base na iconografia;  sobre a importância social que a guerra representava para os tupinambás como mecanismo de ascensão social;  sobre os rótulos que os catecismos davam as crenças e as praticas religiosas dos índios tidas como” meras superstições  e pecados”; sobre o “desaparecimento” dos índios no século XIX ; e por fim, a situação do Índio na constituição Brasileira e Sergipana atual.
       Em seguida, tivemos a apresentação do Pedro Abelardo, o qual, buscou trabalhar com a questão da catequese do Índio durante o Império. A esse período, muito se discutia quanto ao que fazer diante do elemento indígena, se este deveria ser civilizado ou exterminado. Dentro dessas discussões, entra a figura do Jose Bonifacio, o qual, defendia que os Índios “deveriam ser civilizados”. E para isso, ele via na catequese, um excelente recurso que poderia ser retomado e usufruído para a criação do chamado “Índio cidadão”. Ao longo da apresentação, Abelardo tratou de salientar o quanto que essa noção de civilização dos índios era tão excludente e violenta quanto a do extermínio, pois, ela defendia a apropriação das terras indígenas. Tratava-se, então, de um mecanismo de exclusão, empregado pelo poder imperial contra os índios.
       Depois, tivemos a apresentação do Whitney Fernandes, o qual, pôs em pauta a luta dos Índios de Pacatuba contra o processo de usurpação e apropriação de suas terras (processo este, onde a família Martins assume papel de destaque).  Os Índios de Pacatuba reagiram contra esse processo tanto pela via passiva (utilização das leis e derivados) quanto pela via ativa (utilização da força). Com o encerramento da apresentação de Fernandes, viera o debate, e, por conseguinte, a finalização do primeiro dia do seminário.
       No dia 20/04/2012, segundo e ultimo dia do seminário, os ouvintes não puderam contar com a presença da palestrante Hélia Maria de Paula Barreto, a qual, por motivos especiais, não pudera contemplar o referido seminário com a sua presença e a sua palestra. Em função disto, a ordem de apresentações fora alterada, inaugurando-se então, com a palestra do pesquisador Avelar Araújo Santos Junior, o qual, traçou o histórico da resistência indígena no Brasil. Por fim, tivemos a palestra do Ex-cacique, Apolônio Xokó, o qual, expos os desdobramentos da luta do seu povo contra a tentativa de usurpação e apropriação de suas terras na ilha de São Pedro. Ao longo dessa luta, foi destacada a importante ajuda que a historiadora Beatriz Gois Dantas e a igreja de Dom Jose desempenharam em prol da causa Xokó.

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ASS: Diêgo Dos Santos Costa, Aluno do curso de História da UFS

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